Pelo menos 24 moradores da cidade de São Paulo foram diagnosticados com gripe e Covid-19 ao mesmo tempo desde o início da pandemia, segundo dados divulgados nesta terça-feira (4) pela Secretaria da Saúde da capital.
A dupla infecção é conhecida como “flurona”, uma junção das palavras “flu”, que é gripe em inglês, com parte da palavra “coronavírus”.
Na capital paulista, há relatos de hospitais que identificaram a dupla infecção pelos vírus Influenza e coronavírus com diagnósticos feitos na mesma semana ou até no mesmo dia.
Em outros lugares do Brasil, como Rio de Janeiro e Ceará, também há registros da “flurona”.
Em São Paulo, a jornalista Giulia Fernandez recebeu a confirmação para Covid-19 e Influenza na mesma ocasião. Os testes foram feitos no dia 20 de dezembro em um hospital particular.
“Como meus sintomas começaram no mesmo dia e fiz teste no mesmo dia, e os dois deram positivo, o período de isolamento foi o mesmo, 10 dias. Mas foram dias muito complicados, quatro dias de cama que eu não conseguia levantar, e a partir disso fui melhorando aos pouquinhos”, contou.
O tratamento duplo ocorreu também na casa do contador Mario Martins Bastos Junior. Tanto ele quanto a esposa foram diagnosticados com Covid-19. Antes disso, o filho, de 19 anos, recebeu um teste positivo para Influenza.
O resultado dos exames tem dois dias de diferença: dia 28 de dezembro para influenza e dia 30 para Covid-19.
“Meu filho está bem, nós três estamos bem, medicados, só o que está perturbando mais é a tosse seca”, disse o contador.
Como ficam os sintomas e o tratamento
Médicos ouvidos pela TV Globo explicaram que a dupla infecção não deve trazer, necessariamente, um aumento no sintoma das duas doenças.
Segundo a infectologista Mirian Dal’Ben, do Hospital Sírio Libanês, a infecção dupla não aumenta as chances de óbito nem faz com que as doenças sejam mais leves.
“O importante é que as pessoas precisam saber que a gente não tem nada ainda na ciência que fale pra gente que pegar as duas coisas ao mesmo tempo aumente as chances da pessoa morrer ou que faça a doença talvez ser mais leve. Nenhuma das duas coisas”, disse a médica.
“A gente acaba tendo que acompanhar as duas doenças como a gente faria se a pessoa tivesse pegado de forma independente”, explicou.
Aumento de casos
Hospitais públicos e privados da cidade de São Paulo têm registrado aumento no fluxo de pessoas com sintomas gripais nas últimas semanas, o que tem provocado filas e maior tempo de espera por atendimento. Em prontos-socorros municipais, pacientes afirmam que a espera pode chegar a 6 horas.
Os hospitais São Camilo, Beneficência Portuguesa, Einstein e Santa Catarina confirmaram aumento repentino de pacientes.
Além dos vírus Influenza A e B, que provocam a gripe, a circulação de outros vírus também pode estar por trás do crescimento repentino de um “conjunto de doenças respiratórias”, segundo os médicos.
As hospitalizações de casos suspeitos ou confirmados de Covid-19 também aumentaram. A média móvel de pacientes internados com Covid-19 nas Unidades de Terapia Intensiva (UTI) no estado voltou a crescer após 6 meses de queda, de acordo com dados do governo.
Fonte: G1.
“…e pestes…” Mateus 24:7