O Irã está aumentando ainda mais seu enriquecimento de urânio ao se preparar para usar centrífugas IR-6 avançadas na instalação subterrânea de Fordow que podem alternar mais facilmente entre os níveis de enriquecimento, mostrou um relatório da agência nuclear da Organização das Nações Unidas visto pela Reuters nesta segunda-feira.
A medida é a mais recente de várias que o Irã ameaçava há muito tempo, mas adiou a execução até que 30 dos 35 países do Conselho de Governadores da Agência Internacional de Energia Atômica apoiaram uma resolução este mês criticando o país por não explicar vestígios de urânio encontrados em locais não declarados.
Com as negociações indiretas EUA-Irã sobre a retomada do acordo nuclear iraniano de 2015 paralisadas, qualquer nova escalada no impasse de Teerã com o Ocidente corre o risco de acabar com as esperanças de conter os avanços nucleares da República Islâmica e suspender as sanções dos EUA contra ela.
Os inspetores da AIEA verificaram no sábado que o Irã estava pronto para alimentar gás hexafluoreto de urânio (UF6), o material que as centrífugas enriquecem, na segunda de duas cascatas de centrífugas IR-6 instaladas em Fordow, um local escavado na montanha, segundo relatório confidencial da AIEA para os Estados membros.
O Irã informou a AIEA nesta segunda-feira que a passivação da cascata, um processo que precede o enriquecimento e também envolve a alimentação de UF6 nas máquinas, começou no domingo.
É importante ressaltar que a cascata de 166 máquinas é a única a ter os chamados “subcabeçalhos modificados”, que facilitam a mudança para o enriquecimento para outros níveis de pureza. Diplomatas ocidentais há muito apontam esse equipamento como fonte de preocupação, pois pode permitir que o Irã enriqueça rapidamente para níveis mais altos.
Fonte: Reuters.