O Exército israelense atacou a Síria nesta sexta-feira (10), um dia depois de um drone cair sobre uma escola no sul de Israel e de ter interceptado mísseis que se dirigiam a seu território.
“Nossos inimigos estão tentando nos dispersar de nossa missão central em Gaza”, disse nesta sexta-feira pela noite o principal porta-voz do Exército israelense, Daniel Hagari.
“Ontem tivemos que operar em Líbano, Síria, Judeia e Samaria [nome bíblico da Cisjordânia], Gaza e o setor do Mar Vermelho”, acrescentou.
Na quinta-feira, um drone caiu sobre uma escola de Eilat, às margens do Mar Vermelho, sem deixar feridos.
Em resposta, o Exército israelense “atacou a organização que realizou o ataque” a partir da Síria, disse Hagari na rede social X (antigo Twitter), sem especificar o nome do grupo.
Israel “responsabiliza o regime sírio por qualquer ato terrorista que venha de seu território”, advertiu.
Richard Hecht, outro porta-voz do Exército israelense, afirmou que a organização era “um grupo satélite do Irã” que “realizou o lançamento do drone”.
O Exército israelense anunciou na quinta-feira que tinha utilizado seu sistema antimíssil Arrow 3 de longo alcance para interceptar um projétil disparado “da região do Mar Vermelho”.
Por sua vez, os rebeldes huthis no Iêmen afirmaram que lançaram mísseis balísticos contra Israel.
O projétil veio “provavelmente do Iêmen”, estimou Richard Hecht nesta sexta-feira.
Trata-se da primeira vez que o sistema Arrow 3, desenvolvido e produzido conjuntamente por Israel e Estados Unidos, e instalado em 2017, intercepta um alvo em condições operativas.
Nas últimas semanas, os rebeldes huthis, próximos do Irã, indicaram que tinham lançado vários ataques com drones contra Israel em resposta aos bombardeios israelenses na Faixa de Gaza, que mataram mais de 11.000 pessoas, incluídas 4.500 crianças, segundo o Hamas, o movimento islamista que governa esse território palestino.
A guerra entre Israel e Hamas foi desencadeada pelo ataque sem precedentes do movimento islamista em solo israelense em 7 de outubro que deixou 1.200 mortos, a maioria civis, segundo o novo número oficial revisado para baixo nesta sexta. O conflito gera temores de uma conflagração regional.
Fonte: AFP.