Após ser bombardeado pelo Irã em seu território, o Paquistão revidou e lançou mísseis na quinta-feira (18) contra solo iraniano. Nove pessoas morreram, entre elas quatro crianças e três mulheres, segundo Teerã.
O governo paquistanês afirmou ter alvejado um grupo rebelde separatista que atua no Irã, mas o Irã afirmou que o ataque atingiu civis de um vilarejo.
Segundo o governo iraniano, o vilarejo atingido fica na província de Sistão-Baluchistão, no sudeste do país e na fronteira com o Paquistão. O ataque iraniano a território paquistanês também ocorreu em uma região de fronteira entre os dois países.
O Ministério das Relações Exteriores do Paquistão disse que os ataques tiveram como alvos “esconderijos terroristas” identificados no território iraniano. Os alvos em questão fazem parte da Frente de Libertação Balúchi, que busca a independência da província paquistanesa do Baluchistão.
Em comunicado, o governo do Paquistão disse que respeita a soberania e integridade territorial do Irã, e que os ataques tiveram como objetivo garantir a segurança paquistanesa.
“O Irã é um país irmão, e o povo do Paquistão tem grande respeito e afeição pelo povo iraniano”, afirmou o Ministério das Relações Exteriores do Paquistão.
Governo do Irã afirma não há limites para uso da força militar, depois de atacar alvos em países vizinhos.
O bombardeio acontece dois dias após o Irã atacar uma base de um grupo rebelde no Paquistão. O governo paquistanês afirmou que os iranianos invadiram o espaço aéreo do país e que duas pessoas morreram no ataque.
Após o ataque iraniano de terça-feira, o governo do Paquistão afirmou que o incidente poderia ter “sérias consequências” e que era “complementarmente inaceitável”.
Além do Paquistão, o Irã também atacou a Síria e o Iraque nesta semana, alimentando ainda mais a onda de conflitos que o Oriente Médio vive.
Crise no Oriente Médio
A troca de ataques entre Irã e Paquistão é mais um capítulo da escalada na crise que atinge o Oriente Médio. As tensões entre os países da região cresceram desde o início da guerra entre Israel e o Hamas, em outubro de 2023.