A primeira morte da qual se tem conhecimento por sarampo nos Estados Unidos em uma década foi anunciada por autoridades de saúde nesta quarta-feira, com a vítima descrita como “uma criança em idade escolar” que morreu em um hospital infantil no oeste do Texas, enquanto um surto no Estado cresce, de um punhado de casos locais a mais de 130 em dois Estados.
A criança não foi vacinada contra a doença, disse um comunicado do Departamento de Saúde do Texas nesta quarta-feira. Veículos de imprensa dizem que a criança morreu em um hospital de Lubbock, no Texas, durante a noite.
Pelo menos 124 pessoas foram infectadas no oeste do Texas desde o começo de fevereiro, segundo autoridades de saúde estaduais, a maioria crianças.
Mais nove casos foram anunciados nesta terça-feira no leste do Novo México, perto da divisa com o Texas onde o surto se espalhou para cerca de 10 condados, de acordo com autoridades de saúde texanas.
A taxa de mortes nos EUA de sarampo, uma doença altamente contagiosa transmitida pelo ar, é de 1 a 3 mortes a cada 1.000 casos relatados, segundo o Centro de Controle e Prevenção de Doenças. A última morte por sarampo nos EUA foi em 2015, segundo o CDC.
Um porta-voz do Departamento de Serviços de Saúde do Texas não estava disponível para responder à Reuters em um primeiro momento, mas a agência afirmou em um comunicado que 18 pessoas foram internadas com a doença.
O CDC também não estava disponível para comentar em um primeiro momento.
Lara Anton, uma porta-voz do Departamento de Saúde do Texas, disse a uma afiliada local da ABC que o surto em andamento atingiu principalmente crianças pequenas e adolescentes, e que os casos originalmente se concentraram em uma comunidade rural menonita “unida e pouco vacinada” no condado de Gaines, onde as crianças são em grande parte educadas em casa.
“É tudo uma escolha pessoal e você pode fazer o que quiser. É só que a comunidade não busca atendimento médico regular”, disse Anton à ABC.
Neste momento, não está claro como a primeira pessoa foi exposta e não há indicativo de que nenhum dos primeiros pacientes viajou para fora dos Estados Unidos, disse Anton, a vários veículos.
“Isso acelerará por um tempo”, afirmou Peter Hotez, diretor do Centro para Desenvolvimento de Vacinas na Universidade de Baylor, em Waco, Texas, e um alvo frequente da campanha anti-vacinas.
“É uma doença ruim”, afirmou, mencionando que cerca de 20% dos casos resultam em internação hospitalar. “Infelizmente, o Texas é o epicentro por causa do nosso movimento anti-vacinas muito agressivo.”
Fonte: Reuters.