O ministro das Relações Exteriores de Portugal, Paulo Rangel, anunciou neste domingo (21) que o país passou a reconhecer oficialmente o Estado da Palestina. A decisão veio após Reino Unido, Austrália e Canadá anunciarem a mesma medida hoje mais cedo.
“O reconhecimento do Estado da Palestina é a concretização de uma linha fundamental, constante e essencial da política externa portuguesa”, disse Rangel a jornalistas na sede da missão permanente de Portugal nas Nações Unidas, em Nova York.
Rangel afirmou que Portugal “defende a solução de dois Estados como o único caminho para uma paz justa e duradoura”. Acrescentou ainda que “um cessar-fogo é urgente” e que o Hamas “não pode ter qualquer forma de controle em Gaza ou fora dela”. Ele também exigiu a libertação de todos os reféns.
Com a decisão de hoje, os quatro países passam a integrar o grupo de mais de 140 nações que já haviam reconhecido oficialmente o Estado da Palestina. A lista cresceu desde o início da guerra em Gaza, em 2022, e inclui Espanha, Noruega, Eslovênia e o Brasil.
Decisões do Reino Unido, Austrália e Canadá
“Hoje, o Reino Unido reconhece formalmente o Estado da Palestina para reviver a esperança de paz entre palestinos e israelenses, e uma solução de dois Estados”, afirmou Keir Starmer, Primeiro-Ministro do Reino Unido, em uma mensagem na rede social X, neste domingo.
Em 29 de julho, Starmer já havia antecipado que o reconhecimento do Estado palestino ocorreria em setembro, na Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU). O primeiro-ministro já havia condicionado essa postura a ações de Israel em direção a um cessar-fogo em Gaza e a negociações de paz que viabilizassem a solução de dois Estados.
Diante do agravamento da crise humanitária e da falta de avanços diplomáticos, ele decidiu avançar. A medida ocorre em um contexto em que outros países europeus e latino-americanos também já oficializaram esse reconhecimento, reforçando a pressão internacional sobre Israel.
Já a decisão do Canadá foi anunciada neste domingo pelo primeiro-ministro Mark Carney. “O Canadá reconhece o Estado da Palestina e oferece sua colaboração para construir a promessa de um futuro pacífico, tanto para o Estado da Palestina como para o Estado de Israel”, afirmou Carney em um comunicado nas redes sociais.
Reino Unido e Canadá foram os primeiros países do G7, grupo das principais economias do mundo, a reconhecer o Estado da Palestina.
Na Austrália, o reconhecimento formal foi anunciado pelo primeiro-ministro Anthony Albanese. “Ao fazê-lo, a Austrália reconhece as aspirações legítimas e antigas do povo palestino de ter um Estado próprio”, afirmou Albanese em um comunicado, pouco após anúncios similares do Reino Unido e do Canadá.
“O ato de reconhecimento de hoje reflete o compromisso de longa data da Austrália com uma solução de dois Estados, que sempre foi o único caminho para uma paz e segurança duradouras para os povos israelense e palestino”, acrescentou Albanese.
Fonte: G1.