O estudante Alim, de 16 anos, foi alvo de perseguição por sua fé na Ásia Central. Alim contou a parceiros locais da Portas Abertas o que aconteceu na escola e como estava se sentindo. Veja o relato a seguir.
Quando comecei a estudar na escola, fiquei feliz. Era uma boa oportunidade. Fiquei hospedado nos dormitórios da escola e quase todos os meus colegas faziam o namaz – as cinco orações muçulmanas diárias –, mas eu não.
Eles perguntaram por que eu era diferente. Falei sobre minha fé e eles fizeram muitas perguntas. Gosto de compartilhar o evangelho com as pessoas, elas precisam conhecer a verdade, precisam de Deus, então falei sobre Jesus.
Alguém então informou ao diretor da escola que eu estava falando sobre Jesus. O diretor me chamou para conversar e fez várias perguntas. Ele perguntou com agressividade sobre minha fé: “Por que você fala só sobre Jesus e o evangelho? Por que rejeita o Alcorão e o islã? Quem mandou você para esta escola para converter os alunos?”.
Depois, ele organizou uma busca no quarto onde eu ficava, revistou minha mochila e não encontrou nada. Ele ficou muito irritado, gritou comigo. No dia seguinte, chamou meus professores e ordenou que me vigiassem. Meus amigos começaram a se afastar de mim. Não tinha telefone, não podia falar com meus pais. Eu me senti muito sozinho.
Alguns professores me oprimiam, eram cruéis comigo. Eles me davam tarefas a mais do que para os outros alunos, para que eu falhasse, para que eu ficasse cansado. Ainda assim, tentei fazer o meu melhor, não discuti. Ao mesmo tempo, alguns professores me procuravam em segredo para perguntar sobre minha fé, compartilhavam suas dificuldades e perguntavam: “Como seu Deus pode me ajudar?“.
De estudante a jovem líder cristão
O diretor continuava muito irritado com Alim e chamou seus pais. Quando eles chegaram, o diretor disse: “Seu filho é um bom aluno, mas está compartilhando o evangelho com alunos e até professores. Ele está rejeitando a verdadeira fé do islã. Vou fazer uma denúncia contra vocês à administração da cidade. Vocês criaram Alim como um líder forte, ele consegue convencer qualquer um. Se eu conversasse mais com ele, eu também acreditaria. Levem-no daqui!”.
“Ficamos muito abalados ao ouvir todas essas palavras ruins sobre nosso filho, mas ao mesmo tempo nos sentimos encorajados. Até essa pessoa que perseguiu nosso Alim testemunhou que nosso filho de 16 anos se tornou um líder forte, convicto do que acredita. Alim sempre foi calmo e quieto, gostava de compartilhar o evangelho e levou muitos amigos, e até nós [seus pais], para a igreja, mas nunca o vimos como um líder forte. Ele é o mais novo dos nossos quatro filhos. Como família cristã, já enfrentamos muita pressão, mas essa foi a primeira vez que Alim foi perseguido sozinho por sua fé”, conta Madina, mãe de Alim.
Por causa do estresse que viveu, o jovem Alim enfrenta problemas de saúde, como fortes dores de cabeça e perda de cabelo, e precisou mudar de escola. “Nesta nova escola, tento ser mais cuidadoso, mas mesmo depois de um período tão estressante, quando fui expulso por causa da minha fé e sofri por acreditar em Jesus, não consigo parar de falar sobre ele com as pessoas. Aqui, o nível de ensino também é muito bom, mas não tem algumas matérias que eu queria estudar. Ainda assim, sei que Deus está me guiando”, conclui o jovem.
Pedidos de oração por estudantes na Ásia Central
- Ore pela saúde emocional de Alim e de outros estudantes cristãos discriminados na Ásia Central.
- Interceda pelo recomeço de Alim na nova escola e para que ele possa compartilhar o evangelho com seus colegas em segurança.
- Clame por sabedoria para pais e líderes que discipulam estudantes cristãos em situações de perseguição como a que Alim viveu.
- Agradeça a Deus por levantar jovens líderes corajosos que amam a Jesus na Ásia Central.
