O ano de 2019 foi o segundo mais quente já registrado, enquanto a década passada foi a que teve as maiores temperaturas, disse o secretário-geral da Organização Meteorológica Mundial (OMM).
Além disso, o mês de janeiro de 2020 foi o mais quente desde 1850. Petteri Taalas, diretor da agência meteorológica da ONU, afirmou nesta terça-feira (10) que a Europa registrou altas de temperatura sem precedentes.
“Também superamos marcas de [emissão] de dióxido de carbono, metano e óxido nitroso”, disse ele em referência a três gases que causam o efeito estufa e o consequente aquecimento global.
Em uma reunião para anunciar os resultados do Estado do Clima Global 2019, Taalas disse que o dióxido de carbono contribuiu para dois terços do aquecimento mundial. O especialista acrescentou que o gás dura “centenas de anos, por isso é um problema que não desaparecerá se for permitido que continuem essas concentrações”.
Tempestades fora do comum
Taalas afirmou que o aquecimento dos mares causou tempestades tropicais fora do comum, como a que atingiu Moçambique em março de 2019, a mais poderosa no Hemisfério Sul “pelo menos nos últimos cem anos”.
Ele também afirmou que a “água do mar tem a acidez mais alta em 25 milhões de anos, o que terá repercussões negativas nos ecossistemas marinhos”.
O secretário-geral da OMM também citou os incêndios florestais como grandes fontes de emissões de poluentes no Ártico e na Austrália.
Níveis mais altos de gases de efeito estufa em 3 milhões de anos
Presente no evento, o secretário-geral da ONU, António Guterres, disse que “as concentrações de gases de efeito estufa se encontram em seus níveis mais altos desde três milhões de anos, quando a temperatura da Terra era três graus mais quente e o nível do mar 15 metros mais alto”.
Além disso, alertou que o “calor dos oceanos alcançou níveis sem precedentes”. Segundo Guterres, não há tempo há perder “se pretendemos evitar uma catástrofe climática”.