O Brasil enfrenta crise de saúde pública com o aumento exponencial dos casos de dengue, atingindo um marco alarmante de mais de 1,8 milhão de casos (prováveis e confirmados) nas primeiras 11 semanas de 2024.
De acordo com dados do Painel de Arboviroses do Ministério da Saúde divulgados na segunda-feira (18), este número representa um recorde histórico, desde o início da série histórica em 2000.
No mesmo período do ano anterior, o país registrava 400.197 casos.
Além disso, foram confirmadas 561 mortes relacionadas à dengue desde janeiro, com outras 1.020 ainda em investigação. Em contraste, no ano anterior, foram registradas 257 mortes nas 11 semanas iniciais.
A secretária de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Ethel Maciel, alertou em fevereiro sobre a estimativa de 4,2 milhões de casos esperados para este ano.
A escalada levou diversas unidades da Federação a decretarem estado de emergência, incluindo São Paulo, Acre, Espírito Santo, Goiás, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Santa Catarina, Amapá e Distrito Federal.
Um dos fatores que contribuem para a disseminação da doença é a presença de diferentes sorotipos do vírus da dengue no país.
O sorotipo 1 é o mais prevalente, registrado em todos os estados, seguido pelo sorotipo 2, presente em 24 estados e no Distrito Federal. A circulação simultânea dos quatro sorotipos é observada em território nacional, sendo que Minas Gerais é o único estado até o momento a reportar a presença de todos os sorotipos atuando simultaneamente.
Vale destacar que o vírus da dengue possui quatro sorotipos distintos – DENV-1, DENV-2, DENV-3 e DENV-4 – todos capazes de causar diferentes formas da doença. Uma pessoa pode contrair dengue até quatro vezes ao longo da vida devido à exposição aos diferentes sorotipos do vírus.
