Parlamentares de Israel aprovaram a dissolução do próprio Parlamento, em votação preliminar nesta quarta-feira (2). Ainda há outros três turnos para os congressistas confirmarem a medida, mas a decisão coloca o país mais perto de novas eleições.
A decisão foi tomada um dia depois de o ministro da Defesa Benny Gantz dizer que apoiaria a dissolução do Knesset, nome dado ao Parlamento israelense. O político, líder do partido Azul e Branco, tem dado claros sinais de rompimento com o primeiro ministro Benjamin Netanyahu (leia mais no fim da reportagem).
Além das disputas do xadrez político israelense, o estopim para a crise está na aprovação do orçamento anual, cujo prazo termina em 23 de dezembro. Se isso não ocorrer até a data, o Knesset estará automaticamente dissolvido e Israel terá de passar por novas eleições, segundo determina a lei local.
Portanto, a votação dos parlamentares desta quarta-feira tem sido interpretada como mais um instrumento de pressão do grupo favorável a Gantz sobre Netanyahu, uma vez que lideranças políticas acreditam ser inevitável a convocação de novas eleições em 2021.
Os opositores querem ver o atual primeiro-ministro punido nas urnas pela gestão considerada errática durante a pandemia, com uma segunda onda que não pode ser evitada. Do outro lado, os apoiadores de Netanyahu esperam que o próximo ano seja favorável ao premiê com a chegada de vacinas e retomada econômica.