Doze pessoas, a maioria crianças e adolescentes, morreram em um ataque com foguete contra um campo de futebol nas Colinas de Golã neste sábado (27). Israel afirma que o ataque partiu do grupo terrorista Hezbollah, do Líbano, que nega envolvimento.
O ataque é o mais mortal disparado do outro lado da fronteira norte de Israel em meses de hostilidade e, segundo o Exército israelense, é também o maior praticado contra civis israelenses desde a invasão do grupo terrorista Hamas, ocorrida em outubro de 2023. O Hamas é apoiado pelo Hezbollah.
Segundo a BBC, 11 dos 12 mortos tinham até 16 anos: Fajr Laith Abu Saleh, 16; Ameer Rabeea Abu Saleh, 16; Hazem Akram Abu Saleh, 15; John Wadeea Ibrahim, 13; Iseel Nasha’at Ayoub, 12; Finis Adham Safadi, 11; Yazan Nayeif Abu Saleh, 12; Alma Ayman Fakhr al-Din, 11; Naji Taher al-Halabi, 11; e Milad Muadad al-Sha’ar, 10.
O campo de futebol fica na vila de Madjal Shams, em uma parte do território da Síria que é ocupado por Israel desde 1967.
“Ele [o foguete] caiu no campo de futebol, todos são crianças… muitos corpos e restos mortais estão no campo, não sabemos quem são”, disse uma testemunha à agência de notícias Reuters.
“Nós testemunhamos grande destruição quando chegamos ao campo de futebol, assim como itens que estavam em chamas. Havia vítimas na grama e a cena era horrível”, disse o médico Idan Avshalom, do Magen David Adom, Organização Nacional de Serviços Médicos e de Sangue Pré- Hospitalares de Emergência de Israel.
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, disse que o Hezbollah iria pagar “um preço que ainda não pagou” em razão das mortes, e o contra-almirante Daniel Hagari afirmou que o grupo terrorista libanês mente ao negar responsabilidade pelo ataque.
“Nossa inteligência é clara. O Hezbollah é responsável pela morte de crianças e adolescentes inocentes”, disse Hagari.
Repercussão internacional
O ataque gerou reações na comunidade internacional. Os Estados Unidos também culparam o Hezbollah e disseram que o compromisso com o apoio à segurança de Israel é inabalável.
O chefe da diplomacia da União Europeia, Josep Borrell, pediu uma investigação internacional independente. “É necessária uma investigação internacional independente sobre este incidente inaceitável. Instamos todas as partes a mostrarem a maior prudência e a evitarem uma nova escalada”, declarou Borrell em um comunicado.
Em nota, o governo brasileiro condenou o ataque, e pediu que todas as partes envolvidas no conflito se abstenham de ações que possam conduzir à escala de violência no Oriente Médio.
‘O Brasil manifesta absoluto repúdio a ataques contra a população civil e alerta para o perigo do alastramento, para toda a região, do conflito ora em curso em Gaza”, disse o Itamaraty.
Histórico recente
O Hezbollah é um movimento islâmico xiita com raízes no Líbano e apoiado pelo Irã.
Desde que o Hamas, grupo terrorista que controla o território palestino da Faixa de Gaza, invadiu Israel em outubro de 2023, as Forças Armadas israelenses e o grupo libanês trocam hostilidades quase diariamente.
O ataque ao campo de futebol deste sábado (27) aconteceu uma semana depois de um ataque israelense no Líbano que matou quatro militantes do Hezbollah. O exército israelense afirmou que o seu avião tinha como alvo uma estrutura militar pertencente ao Hezbollah, depois de ter identificado uma célula militante que entrava no edifício.
Fonte: G1.