O diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, alertou esta quarta-feira em conferência de imprensa para a iminência de “eventos climáticos extremos”.
Segundo o chefe da OMS, a crise climática é atualmente um dos principais fatores determinantes das consequências para a saúde humana. Nesse sentido, destacou que o fenômeno El Niño —evento climático relacionado com o aquecimento do Oceano Pacífico tropical central e oriental— e o aquecimento global estão gerando temperaturas recordes , tendo registrado nesta segunda-feira o dia mais quente da história do planeta desde que os registros começaram.
“Nos próximos meses, esperamos uma série de eventos climáticos extremos, como secas, inundações, furacões e ondas de calor, todos prejudiciais à saúde humana”, disse Tedros.
Números alarmantes
Ele também destacou que a seca prolongada que atinge o Chifre da África (Djibuti, Etiópia, Quênia, Somália, Sudão do Sul, Sudão e Uganda) já provocou uma onda de fome, migração e doenças. Esses fatores estão colocando “grande pressão” nos serviços de saúde locais, alertou.
Naquela região, localizada no leste do continente africano, quase 60 milhões de pessoas sofreram com a insegurança alimentar até agora este ano. “Na Somália, no Sudão do Sul e em partes do Quênia, as equipes da OMS estão observando os níveis mais altos de desnutrição grave em crianças que chegam aos centros de saúde desde que a crise começou, três anos atrás”, disse Tedros. “Mais de 10 milhões de crianças menores de 5 anos enfrentarão desnutrição aguda em 2023”, previu.
A seca deu lugar a fortes chuvas e inundações, tornando a situação “extremamente difícil” e os níveis de desnutrição infantil devem permanecer altos, alertou. “A OMS está trabalhando com parceiros locais para fornecer serviços cruciais de saúde e nutrição para comunidades marginalizadas, bem como treinamento para profissionais de saúde”, concluiu o chefe da organização.