A temperatura média global bateu um novo recorde na terça-feira, 4, pelo segundo dia consecutivo. A temperatura média do planeta foi de 17,18 ºC, de acordo com dados do Centro Nacional de Previsão Ambiental, dos Estados Unidos, ultrapassando o recorde registrado na véspera, de 17,01 ºC.
O aumento está relacionado ao El Niño, o fenômeno climático responsável pelo aquecimento das águas do Oceano Pacífico, e às alterações climáticas em curso em todo o planeta. Como o El Niño acabou de se instalar, cientistas acreditam que dias ainda mais quentes devem ser registrados nas próximas semanas. Além disso, os dias mais quentes do verão do Hemisfério Norte tendem a acontecer no fim de julho.
O recorde anterior ao de segunda-feira, 3, tinha sido batido em 2016, também um ano marcado pela ocorrência do El Niño, quando a média planetária chegou a 16,92 ºC.
Várias partes do mundo têm registrado ondas de calor. O Met Office do Reino Unido anunciou na última segunda-feira que o mês de junho é o mais quente já registrado no país. Em partes da China, as temperaturas seguem acima dos 35 ºC. Em algumas regiões no norte da África os termômetros bateram os 50 ºC.
No início da semana, autoridades dos Estados Unidos registraram cinco casos de transmissão local de malária — uma doença típica de países tropicais.
O que é o El Niño?
O El Niño é quando ocorre o aquecimento da superfície das águas do Oceano Pacífico na região da linha do Equador de forma anormal e persistente. O fenômeno se forma no segundo semestre do ano e não tem um tempo de duração definido, podendo persistir por anos.
“No Brasil, o fenômeno aumenta o risco de seca na faixa norte das regiões Norte e Nordeste e de grandes volumes de chuva no Sul do país. Isso ocorre porque a água da superfície do Pacífico, que está muito mais quente do que o normal, evapora com mais facilidade. Ou seja, o ar quente sobe para a atmosfera mais alta, levando umidade e formando uma grande quantidade de nuvens carregadas”, explicam os meteorologistas do Inmet.
A presença do El Niño no inverno de 2023 marca o fim da La Niña, depois de três anos. De forma oposta, o fenômeno é caracterizado pelo resfriamento das águas do Pacífico Equatorial, alterando os regimes de chuva na América do Sul. O Rio Grande do Sul e a Argentina enfrentaram seca história nos últimos anos em consequência do La Niña.
Fonte: Exame.