Se Israel atacar, destruiremos Tel Aviv e Haifa, avisa o ministro da Defesa iraniano

“Se o mundo os impedir [o Irã] antes, será muito melhor. Mas do contrário, devemos permanecer independentes e nos defender sozinhos ”, disse o ministro da Defesa.

Israel conduziu duas vezes ataques militares contra os programas nucleares de seus inimigos – Iraque em 1981 e Síria em 2007 – sob o que ficou conhecido como a Doutrina Begin, que afirma que Jerusalém não permitirá que um país inimigo obtenha uma arma atômica.

Gantz já havia alertado que Israel realizaria um ataque militar contra o Irã, se necessário.

Seus comentários foram feitos depois que Israel acusou o Irã de ter como alvo um navio de carga de propriedade de israelenses que navegava no Golfo Pérsico no final do mês passado. A explosão teria feito dois furos no MV Helios Ray a bombordo e dois a estibordo, logo acima da linha de água.

O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu acusou o inimigo regional de Israel, o Irã, de atacar o navio. O Irã negou rapidamente a acusação.

Rouhani: ‘Sem ameaças ou pressão’

Também no domingo, o presidente do Irã, Hassan Rouhani, exortou a Europa a evitar “ameaças ou pressão” em quaisquer negociações com Teerã.

O acordo, conhecido formalmente como Plano de Ação Abrangente Conjunto (JCPOA), está por um fio desde que o ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump se retirou unilateralmente em 2018 e voltou a impor sanções punitivas a Teerã.

Após a vitória de Joe Biden nas eleições presidenciais dos Estados Unidos em novembro, os Estados Unidos, as partes europeias do acordo – França, Alemanha e Grã-Bretanha – e Teerã vêm tentando salvar o acordo.

“A melhor maneira de resolver problemas com parceiros europeus em vários níveis bilaterais, regionais e internacionais, é negociações baseadas no respeito mútuo e evitando quaisquer ameaças ou pressões”, disse Rouhani ao ministro das Relações Exteriores da Irlanda, Simon Coveney, de acordo com um comunicado da presidência iraniana.

A Irlanda não é parte do acordo nuclear, mas atualmente faz parte do Conselho de Segurança da ONU.

O presidente iraniano criticou a “inatividade da Europa nos compromissos do JCPOA” e acrescentou que o Irã está comprometido em “preservar o JCPOA e é a única parte que pagou um preço por isso”.

“Mas esta situação não pode continuar como está”, sublinhou Rouhani. “Preservar e reviver” o acordo exige que todos os lados cumpram seus compromissos, disse ele.

As três partes europeias do acordo nuclear rejeitaram na quinta-feira um projeto de resolução da Agência Internacional de Energia Atômica da ONU que criticava a suspensão do Irã de algumas inspeções nucleares, uma medida bem-vinda por Teerã.

Biden sinalizou que está pronto para retomar o acordo, mas insiste que o Irã primeiro retorne a todos os seus compromissos nucleares, a maioria dos quais suspendeu em resposta às sanções dos EUA. Enquanto isso, Teerã exige que Washington dê o primeiro passo eliminando as sanções.

O Irã em 23 de fevereiro começou a restringir algumas inspeções da AIEA. Mas uma visita a Teerã do chefe da vigilância nuclear da ONU, Rafael Grossi, pouco antes de a restrição entrar em vigor, levou a um acordo técnico provisório por até três meses.

O acordo permitiria ao órgão continuar monitorando “todas as atividades-chave”, disse Rossi na época.

Rouhani observou que “o Irã ainda permanece comprometido com a cooperação com a AIEA”. Ele acrescentou que o Irã está pronto para reverter as restrições “após o levantamento das sanções ilegais da América e interromper a política de ameaças e pressão”.

Fonte: Times Of Israel.

“E ouvireis de guerras e de rumores de guerras;…” Mateus 24:6

07 de março de 2021.