As temperaturas anormalmente quentes ou frias causam mais de 5 milhões de mortes anualmente, observa o novo estudo, publicado em 8 de julho no The Lancet.
A análise, classificada como “a maior do mundo em mortalidade global relacionada ao clima” pela Monash University (Austrália), é baseada em registros de mortes ocorridas entre 2000 e 2019 em 43 países com climas, condições socioeconômicas e demográficas diferentes, bem como variações nos níveis de infraestrutura e serviços públicos de saúde.
“A mudança climática é um problema muito importante para todos. É um problema global, uma emergência”, disse Yuming Guo, um dos autores do estudo, lembrando que esse fenômeno também afeta a saúde humana.
Ao calcular o número de mortes anuais relacionadas a temperaturas anormais ao longo de um período de 19 anos em 750 cidades em todo o mundo, os especialistas descobriram que pelo menos 9,43% das mortes podem ser atribuídas a altas e baixas temperaturas. Dessa forma, eles associam um total de cinco milhões de mortes por ano a essa causa.
Apesar de os cientistas terem detectado mais mortes relacionadas ao frio, seu número foi reduzido em 0,51% devido às mudanças climáticas que causam cada vez mais ondas de calor.
Outros fatores
A equipe de Guo descobriu que as pessoas em áreas pobres são mais suscetíveis às mudanças no clima, pois têm menos probabilidade de se protegerem. No entanto, em áreas mais desenvolvidas, ondas de calor e quedas de temperatura também se tornaram uma questão de vida ou morte.
A prevalência de mortes por altas ou baixas temperaturas depende do clima da região, uma vez que os habitantes se acostumam a uma certa amplitude. A maioria das mortes por calor foi encontrada na Europa Oriental, enquanto as mortes por frio são mais prevalentes no Sul da Ásia e na África Subsaariana.
Os cientistas estimam que o número de mortes continuará crescendo, sugerindo que a maioria delas será causada pelo calor.