A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) emitiu um alerta na última segunda-feira (7) sobre uma investigação em curso do possível primeiro caso positivo no país de Candida auris.
Segundo o alerta da Anvisa, o fungo foi identificado em “amostra de ponta de cateter de paciente internado em UTI adulto em hospital do Estado da Bahia”. Para quem não sabe, este fungo é resistente a medicamentos e tornou um dos mais temidos do mundo.
A Anvisa afirma que a amostra ainda será submetida a “análises fenotípicas (para verificar o perfil de sensibilidade e resistência)” e “sequenciamento genético do microrganismo (padrão-ouro)” até a confirmação oficial do caso, escreve a BBC.
A infecção por Candida auris é resistente a medicamentos e pode ser fatal. Em todo o mundo, estima-se que casos com este fungo tenham levado à morte de entre 30% e 60% dos pacientes.
O fungo foi identificado pela primeira vez em 2009 no canal auditivo de uma paciente no Japão. Desde então, houve casos identificados em países como Índia, África do Sul, Venezuela, Colômbia, Estados Unidos, Israel, Paquistão, Quênia, Kuwait, Reino Unido e Espanha.
“O C. auris sobrevive em ambientes hospitalares e, portanto, a limpeza é fundamental para o controle. A descoberta (do fungo) pode ser uma questão séria tanto para os pacientes quanto para o hospital, já que o controle pode ser difícil”, explicou a médica Elaine Cloutman-Green, especialista em controle de infecções e professora da University College London (UCL).
Nem todos os hospitais identificam o C. auris da mesma maneira. Às vezes, o fungo é confundido com outras infecções fúngicas, como a candidíase comum.
Segundo a Anvisa, o surto em 2016 em Cartagena, na Colômbia, é um exemplo de como o micro-organismo é difícil de identificar. Cinco casos de infecção foram identificados como três fungos diferentes até um método mais moderno de análise diagnosticar o patógeno corretamente como C. auris.
Em alerta emitido em 2017, a Anvisa explicou que não se sabe ao certo qual é o modo mais preciso de transmissão do fungo dentro de uma unidade de saúde. Estudos apontam que isso pode ocorrer por contato com superfície ou equipamentos contaminados e de pessoa para pessoa. O maior surto ligado ao C. auris ocorreu em 2015 em Londres, com 22 pacientes infectados e outros 28 colonizados.