Até 2025, cientistas sul-coreanos querem que a operação contínua com a temperatura dos íons superior a 100 milhões de graus Celsius salte de 20 segundos para três minutos.
A Pesquisa Avançada de Supercondutor Tokamak da Coreia (KSTAR, na sigla em inglês) do Sul, um dispositivo de fusão supercondutor também conhecido como o sol artificial sul-coreano, estabeleceu um novo recorde mundial ao conseguir manter o plasma por 20 segundos com a temperatura dos íons acima de 100 milhões de graus Celsius.
“As tecnologias necessárias para longas operações […] são a chave para a realização da energia de fusão e o sucesso do KSTAR em manter o plasma de alta temperatura por 20 segundos serão um ponto de inflexão importante na corrida para garantir as tecnologias para a operação de plasma de alto desempenho, um componente crítico de um reator de fusão nuclear comercial no futuro”, comemora Si-Woo Yoon, diretor do KSTAR, citado pelo portal Phys.org.
A experiência
Para recriar as reações de fusão que ocorrem no Sol na Terra, os isótopos de hidrogênio devem ser colocados dentro de um dispositivo de fusão como o KSTAR para criar um estado de plasma onde íons e elétrons são separados, e os íons devem ser aquecidos e mantidos em altas temperaturas.
“O sucesso do experimento KSTAR na operação longa e de alta temperatura […] nos traz um passo mais perto do desenvolvimento de tecnologias para a realização da energia de fusão nuclear”, reforçou Yong-Su Na, que participou do projeto.
A empreitada foi idealizada pelo Instituto Coreano de Energia de Fusão (KEF, na sigla em inglês), juntamente com a Universidade Nacional de Seul, Coreia do Sul, e a Universidade de Columbia, EUA. A nova marca amplia o recorde anteriormente estabelecido, uma operação de 8 segundos conduzida pela KSTAR no ano passado. O sol artificial sul-coreano foi capaz de sustentar a temperatura dos em 100 milhões de graus Celsius pela primeira vez em 2018, por apenas 1,5 segundo.
O objetivo final do KSTAR é ter sucesso em uma operação contínua de 300 segundos com a temperatura dos íons superior a 100 milhões de graus Celsius até 2025.