O Egito recebeu na segunda-feira os ministros das Relações Exteriores da Alemanha, França e Jordânia para discutir maneiras de reviver as negociações de paz entre Israel e os palestinos, uma semana antes da posse do presidente eleito dos EUA, Joe Biden.
No Cairo, o Ministério das Relações Exteriores do país disse que o objetivo da reunião era instar os palestinos e israelenses a negociar um “acordo político justo e abrangente” com base na obtenção de um estado palestino com Jerusalém Oriental como sua capital no território que Israel capturou no Guerra dos Seis Dias de 1967.
Os palestinos sofreram vários reveses sob a administração de saída do presidente dos EUA, Donald Trump, e reclamaram do que eles chamam de medidas pró-Israel de Washington.
A Autoridade Palestina boicotou a administração Trump desde que ele reconheceu Jerusalém como a capital de Israel e transferiu a embaixada dos EUA de Tel Aviv para lá. Desde então, Trump cortou a assistência financeira para os palestinos e reverteu o curso sobre a alegada ilegitimidade dos assentamentos israelenses em terras reivindicadas pelos palestinos.
O presidente do Egito, Abdel-Fattah el-Sissi, disse no mês passado que Cairo tem trabalhado para uma solução de dois Estados para o conflito israelense-palestino, “levando em consideração as mudanças regionais e internacionais”. Ele aparentemente se referia à eleição de Biden e ao estabelecimento de laços com Israel por quatro países árabes – Emirados Árabes Unidos, Bahrein, Sudão e Marrocos.
O Ministério das Relações Exteriores da França disse que a reunião iria discutir maneiras de fazer israelenses e palestinos iniciarem negociações, com base no “contexto regional positivo” relacionado aos recentes acordos de normalização.
“Trata-se de contribuir, ao mesmo tempo, para a retomada do diálogo entre israelenses e palestinos, com vistas a resolver o conflito no marco do direito internacional”, afirma o comunicado.
O ministro das Relações Exteriores da Alemanha, Heiko Maas, tuitou antes de partir para o Cairo no domingo que os ministros discutiriam “quais medidas concretas” poderiam ajudar a “construir confiança” entre Israel e os palestinos.
Em setembro, o presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, convocou uma conferência internacional no início de 2021 para lançar um “processo de paz genuíno”, baseado nas resoluções da ONU e acordos anteriores com Israel. Os palestinos não veem mais os EUA como um corretor honesto.
O ministro das Relações Exteriores da Autoridade Palestina, Riyad al-Malki, disse no mês passado que a Autoridade Palestina estava pronta para cooperar com o próximo governo Biden e pediu a Israel que retornasse às negociações baseadas em uma solução de dois Estados para o conflito israelense-palestino.
Também no mês passado, o canal 12 noticiou que Sissi disse a Abbas quando eles se encontraram no Cairo que ele pretende intermediar as negociações de paz entre Israel e os palestinos.
O relatório sem fontes disse que as negociações seriam realizadas sob os auspícios do Egito, Jordânia, França e Alemanha.
Abbas teria dito que embora apoie a iniciativa egípcia, ele ainda pretende fazer pressão por uma conferência internacional que incluirá o chamado Quarteto do Oriente Médio (EUA, ONU, UE e Rússia) e entrou em contato com o Secretário-Geral da ONU, Antonio Guterres sobre o assunto.