Quatro aviões de guerra russos violaram hoje o espaço aéreo da Suécia, diz um comunicado da Força Aérea do país. Isso aconteceu ao leste da ilha de Gotland, no Mar Báltico.
“Dois Sukhoi Su-27 e dois Sukhoi Su-24 violaram o espaço aéreo sueco. A violação durou pouco e ocorreu a leste de Gotland, do outro lado do mar”, diz o comunicado.
O chefe da Força Aérea local, Carl-Johan Edström, disse que o controle da situação foi rápido, e garantiu a “integridade territorial e as fronteiras da Suécia”. Segundo ele, o incidente foi levado “muito a sério” e é considerado uma “ação pouco profissional e irresponsável por parte da Rússia”.
O caso acontece em meio à invasão da Ucrânia pela Rússia, que também reacendeu o debate sobre a adesão da Suécia à Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte).
No último sábado (26), além a Finlândia e a Suécia reafirmaram seu direito de ingressar na organização se assim desejarem, apesar de novas advertências da Rússia em meio à invasão da Ucrânia. Na sexta-feira, o Ministério das Relações Exteriores da Rússia alertou que uma adesão finlandesa ou sueca à Otan “teria sérias repercussões militares e políticas”.
Putin provoca aproximação histórica da Finlândia e Suécia da Otan
Exportações históricas de armas, um forte sentimento pró-Otan na opinião pública, firmeza diante das advertências de Moscou: a invasão russa da Ucrânia abalou em poucos dias o tradicional não-alinhamento de Suécia e Finlândia.
Estocolmo e Helsinque descartaram no momento a hipótese de um pedido urgente de adesão à Aliança Atlântica, mas nunca antes os dois países estiveram tão próximos de dar este passo, afirmam analistas.
“Tudo é possível no momento e o sinal dos países da Otan é que a adesão poderia ser examinada rapidamente. Portanto, penso que seria apenas uma decisão política de Estocolmo e Helsinque”, resume Zebulon Carlander, analista da organização ‘Société et Défense’ (Sociedade e Defesa).
Os dois países são oficialmente não alinhados, mas sócios da Otan desde meados da década de 1990, depois que viraram a página da neutralidade com o fim da Guerra Fria.
Fonte: AFP.