O secretário-geral da Organização Meteorológica Mundial da ONU (Organização das Nações Unidas), Petteri Taalas, disse na 3ª feira (19.jul.2022) que as ondas de calor que atingem a Europa nos últimos dias serão “o novo normal”.
Segundo o secretário, as altas temperaturas serão registradas com uma frequência maior por causa das mudanças climáticas.
“No futuro, esse tipo de onda de calor será normal. Veremos extremos mais fortes. Bombeamos tanto dióxido de carbono na atmosfera que a tendência negativa continuará por décadas. Não conseguimos reduzir nossas emissões globalmente”, disse Taalas em pronunciamento. “Espero que este seja um alerta para os governos e que tenha impacto nos comportamentos de voto nos países democráticos”.
Segundo os últimos relatórios do IPCC (Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas), a Europa deverá ser mais impactada com as ondas de calor nos próximos anos. Além disso, as altas temperaturas deverão permanecer por mais tempo e serão mais intensas no século 21.
A diretora de Meio Ambiente e Saúde da OMS (Organização Mundial da Saúde), Maria Neira, afirmou que a saúde será desafiada com as altas temperaturas, principalmente com a falta de preparo dos grandes centros para lidar com as ondas de calor.
“Há muito tempo estamos alertando que as mudanças climáticas estão afetando severamente a saúde humana e, portanto, tomar medidas para atingir o carbono zero e acelerar a transição para fontes limpas e renováveis de energia será extremamente importante”, disse.
Onda de Calor
O Reino Unido teve a noite mais quente de todos os tempos na 2ª feira (18.jul). No dia seguinte, os termômetros já marcam temperaturas acima de 40°C, recorde para o país.
Com o aquecimento global, especialistas alertam para a necessidade de adaptar casas e infraestruturas públicas do país, como os transportes. Na 3ª feira (19.jul), empresas que prestam serviços ferroviários comunicaram possíveis transtornos por causa das altas temperaturas.
Outras regiões da Europa enfrentam grandes incêndios florestais desde as últimas semanas, obrigando milhares de pessoas a abandonarem suas casas. As altas temperaturas registradas no continente fizeram com que o fogo se espalhasse para França, Espanha e Portugal.