O governo dos Estados Unidos está pronto para impor duras consequências ao Irã se o país atentar contra a vida de cidadãos norte-americanos, incluindo funcionários aposentados, afirmou o conselheiro de Segurança Nacional, Jake Sullivan.
Nesta quarta-feira (10), o Departamento de Justiça dos EUA acusou um integrante do Corpo de Guardiões da Revolução Islâmica (IRGC, na sigla em inglês) de tentar contratar assassinos para matar John Bolton, que foi conselheiro de Segurança Nacional durante o governo de Donald Trump.
De acordo com o órgão, o membro do IRGC seria Shahram Poursafi, também conhecido como Mehdi Rezayi, residente em Teerã. Ele teria oferecido US$ 300 mil (R$ 1,5 milhão) em criptomoedas ao potencial assassino.
Os documentos judiciais indicam que o plano era assassinar Bolton em Washington ou em Maryland em nome do IRGC.
“Já dissemos isso antes e vamos dizer novamente: o governo [do presidente] Joe Biden não deixará de proteger todos os cidadãos americanos de ameaças de violência e terrorismo. Se o Irã atacar qualquer um de nossos cidadãos, incluindo aqueles que continuam a servir os Estados Unidos ou serviram no passado, o país enfrentará terríveis consequências”, disse Sullivan, em comunicado.
O conselheiro de Segurança Nacional ressaltou que Washington “continuará a utilizar todos os recursos para proteger os seus cidadãos”.
Segundo o governo norte-americano, o atentado seria uma retaliação pelo assassinato do comandante Qassem Soleimani, ex-chefe da Força Quds, do Corpo de Guardiões da Revolução Islâmica, morto em janeiro de 2020 após uma emboscada do Exército dos EUA.
Há cerca de um mês, em 14 de julho, autoridades norte-americanas já temiam a possibilidade.
Um documento da inteligência dos EUA, obtido pelo portal Yahoo News, afirmava que, de acordo com representantes de Washington, após dois anos e meio do assassinato de Soleimani, a ameaça de vingança de Teerã continuava sendo alta.
“O governo iraniano está envolvido em uma campanha multifacetada que inclui ameaças de assassinato, emissão de mandados de prisão e sanções contra certos funcionários americanos para vingar a morte do comandante do IRGC Soleimani em 2020, ameaçando, no seu país e no exterior, aqueles que Teerã considera responsáveis pelo assassinato”, detalhava o relatório da inteligência.