Quatro escolas cristãs no Norte da Síria estão sob risco de serem interditadas caso não abandonem o currículo escolar sírio. O líder da igreja local que dirige a escola, Mouris Amseah, recebeu recentemente uma carta das autoridades curdas com a ameaça de fechamento das escolas.
Os colégios ficam nas cidades de Qamishli, Hasak, Qataniyeh e Al-Malikyah, todas no Norte do país, na fronteira com a Turquia. Essa é a quarta imposição consecutiva de currículo que as autoridades curdas aplicam. Nos últimos anos, as autoridades sírias já fizeram adaptações nos currículos escolares oficiais para atender às demandas da população curda, mas não foram suficientes.
Acesso à universidade ameaçado
Seguir o currículo unificado é o que garante o acesso à universidade na Síria. O Ministério da Educação planeja anualmente na capital, Damasco, as mudanças e exigências que orientam as escolas em todo o país. O currículo proposto pelas autoridades curdas é muito diferente do oficial e não é reconhecido pelo governo sírio.
Caso as escolas cedam às ameaças, centenas de jovens perderão o acesso à universidade na Síria. A ameaça demonstra o conflito político entre curdos e sírios. Ambos procuram formas de minar a presença do outro regime e de impor as próprias regras. A tensão preocupa não apenas as escolas cristãs, como outros irmãos na fé que temem novos ataques.
O governo sírio pediu que a escola expulse os alunos curdos e árabes (não cristãos) das escolas cristãs para que elas não sejam fechadas. O diretor Mouris rejeitou a ordem, pois enxerga nela uma ameaça à paz civil e à convivência com a diversidade. Nenhuma das escolas fez uma nota oficial, por tratar-se de um assunto sensível, e não há dados oficiais sobre o número de alunos ameaçados nas quatro escolas.
Ajude cristãos sírios
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