Representantes de países europeus e do Irã se reunirão hoje em Genebra, na Suíça, para viabilizar uma solução diplomática a respeito do conflito com Israel, que já dura mais de uma semana.
O que aconteceu
Participarão da reunião os ministros das Relações Exteriores da Alemanha, da França e do Reino Unido. Os três vão encontrar o chanceler iraniano, Abbas Araghchi, com o objetivo de ”retomar o diálogo para alcançar um acordo”. Será a primeira tentativa oficial de negociação desde o início do conflito.
Presidente dos EUA, Donald Trump, aguarda resultado da discussão de hoje para definir próximos passos. ”Como há possibilidade de negociações com o Irã num futuro próximo, tomarei minha decisão sobre participar ou não nas próximas duas semanas”, declarou o republicano na noite de ontem.
Acordo com os EUA não deve ocorrer enquanto ataques israelenses não cessarem, diz o Irã. Abbas Araghchi, afirmou que os americanos entraram em contato pedindo por negociações. ”Enquanto a agressão não parar, não haverá espaço para a diplomacia e o diálogo”, acrescentou.
Programa nuclear iraniano será colocado em pauta durante a reunião. Ao canal CNews, Christophe Lemoine, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores francês, disse que “o Irã é um país desestabilizador” e “o programa nuclear e balístico são ameaças reais”, mas reitera que a via diplomática continua sendo o caminho a seguir.
Novos bombardeios
O exército israelense anunciou ter bombardeado hoje dezenas de alvos em Teerã. Entre eles, um centro de desenvolvimento do projeto de armas nucleares iraniano. O governo iraniano fez um apelo no X para que a população se retirasse dos arredores de uma zona industrial no norte do país antes de um “ataque contra uma infraestrutura militar”.
Uma nova rodada de mísseis do Irã também foi lançada em direção ao território israelense. Testemunhas da Reuters ouviram explosões sobre Jerusalém e Tel Aviv. “Os sistemas defensivos estão trabalhando ativamente para interceptar a ameaça”, disseram os militares.
Ao menos dois israelenses ficaram feridos nas ofensivas de hoje. O serviço de resgate de Israel informou que um adolescente, 16, e um homem, 54, está foram atingidos por estilhaços. O jovem está em estado grave.
Segundo Israel, um dos mísseis atingiu região perto de uma mesquita. ”O regime iraniano acaba de lançar uma barragem de mísseis balísticos contra Haifa, uma cidade onde judeus e árabes vivem lado a lado em paz”, escreveu no X.
Mísseis iranianos atingiram ontem o principal hospital do sul de Israel e outros locais, incluindo a capital Tel Aviv. Ataque deixou ao menos 271 feridos em todo o país. A ofensiva acontece após o governo de Benjamin Netanyahu anunciar que atingiu instalações nucleares no país persa.
Irã diz ter mirado centro de inteligência israelense “perto de um hospital”. “Nessa operação, o centro de comando e inteligência do governo israelense foi o alvo de um ataque preciso perto de um hospital”, disse a Guarda Revolucionária iraniana à agência de notícias estatal Irna.
Número de mortes já passa de 600, segundo balanço de ONG. Israel afirmou que pelo menos 24 pessoas foram mortas em ataques iranianos contra Israel. Pelo menos 639 pessoas foram mortas em ataques israelenses em todo o Irã, de acordo com o grupo Human Rights Activists, com sede em Washington. O Irã não divulgou números regulares de mortes durante os intensos ataques israelenses. Sua última atualização estimou o número de mortos em mais de 240 pessoas e 1.277 feridos.
Israel e Irã estão em conflito desde sexta-feira (13). Israel bombardeou Teerã, capital do Irã, e anunciou ataques a dezenas de instalações de mísseis no oeste do país alegando que queria “prevenir um holocausto nuclear”. Israel, porém, é o único país que possui bombas nucleares no Oriente Médio.
Fonte: RFI.