A resolução do conflito na Ucrânia dará ao presidente dos EUA, Donald Trump, a oportunidade de se concentrar em alcançar objetivos geopolíticos no Oriente Médio, onde Israel é um aliado estratégico, opinou à Sputnik Ali Mansur, cientista político libanês.
O analista destacou que, em termos geopolíticos, o fim do conflito ucraniano abrirá espaço para que Trump concentre o poder norte-americano nas regiões prioritárias de Washington, principalmente no Oriente Médio.
“Aqui, o fator israelense não é moeda de troca para Trump, mas uma constante inabalável, base da influência norte-americana na região”, ressaltou.
Segundo o interlocutor da agência, o alcance de um acordo entre Moscou e Kiev não significa que Trump pretenda redistribuir a ajuda militar em favor de Israel ou desviar a atenção do apoio ao país.
O especialista indicou que a iniciativa de Trump para resolver o conflito na Ucrânia não é uma ação diplomática única, mas parte de uma estratégia mais ampla para fortalecer a imagem de um “mestre dos negócios”.
Então, continuou, do ponto de vista eleitoral, o sucesso nesta questão dará a Trump capital político nos EUA, especialmente entre os defensores da abordagem pragmática sem guerras prolongadas.
Segundo Mansur, para Trump, a paz na Ucrânia significa redistribuir recursos para que a segurança e o controle de Israel sobre o Oriente Médio continuem sendo prioridade.
“Como resultado, Trump espera receber um dividendo triplo — uma conquista diplomática histórica, a redução da pressão política e militar sobre os Estados Unidos na Europa e o fortalecimento da supremacia estadunidense no Oriente Médio com o apoio garantido de Israel”, finalizou.
Anteriormente, o Kremlin e a Casa Branca anunciaram que Putin e Trump se encontrariam no Alasca em 15 de agosto. Como esclareceu o assessor do líder russo Yuri Ushakov, o enviado especial do presidente dos EUA, Steve Witkoff, durante sua visita à Rússia, mencionou no Kremlin a opção de uma reunião trilateral entre Putin, Trump e o atual líder ucraniano, Vladimir Zelensky, mas o lado russo o deixou sem comentários, propondo se concentrar na preparação da cúpula bilateral.
Putin disse na quinta-feira (7) que seu encontro com Zelensky é possível, mas deve haver condições para tais negociações, que ainda estão longe de estar criadas. O próprio Zelensky disse que não faria concessões territoriais, alegando a Constituição da Ucrânia.
