Ancara e Tel Aviv podem estar à beira de um conflito militar por causa da Síria se a situação no sul do país continuar escalando do lado israelense, disse à Sputnik Taha Ozhan, diretor de pesquisa do Instituto de Ancara na reunião anual do Clube Internacional de Discussão Valdai em Sochi.
Ozhan enfatizou que Tel Aviv não tem uma estratégia clara e que a única coisa que quer na Síria é a destruição.
“O risco é que Turquia e Israel possam se envolver em um conflito por causa da Síria, e essa é uma possibilidade real se as várias operações necessárias e desnecessárias continuarem, bem como a destruição e os danos [provocados por Israel]”, ressaltou.
Segundo o analista, o governo israelense acredita que tais ações destrutivas em relação a Damasco podem desviar a atenção do conflito na Faixa de Gaza.
No entanto, enfatizou, a ideia de Israel de atrair a atenção da comunidade internacional para a Síria em vez de Gaza vai fracassar.
“Gaza continuará sendo o centro das disputas globais e Israel pagará o preço de suas ações por décadas”, opinou.
Dessa forma, continuou, agora é difícil dizer como a situação na Síria se desenvolverá, já que há 3-4 anos, os principais atores no país eram a Rússia, Turquia, Irã e Estados Unidos.
Ele lembrou que os países mencionados tinham seus próprios interesses mas, ao mesmo tempo, mantinham um certo equilíbrio entre si nos assuntos da política externa e interna do país.
Assim, finalizou, todos os problemas de Damasco são conhecidos mas há esperança de que a situação na Síria seja resolvida de maneira positiva.
No final de novembro de 2024, formações armadas da oposição síria iniciaram uma ofensiva em larga escala contra as posições do Exército sírio e, em 8 de dezembro, entraram em Damasco.
Então, o líder sírio Bashar al-Assad renunciou ao cargo de presidente e deixou o país. O chefe da nova administração síria, Ahmed al-Sharaa, foi declarado presidente da Síria em 29 de janeiro durante o período de transição.
