“Estamos prontos para reagir a provocações”, diz Polônia após abater drones russos

O primeiro-ministro da Polônia, Donald Tusk, afirmou que o país está pronto para “reagir a ataques e provocações”. A declaração foi dada nesta quarta-feira (10), após drones russos violarem o espaço aéreo polonês durante um possível ataque no oeste da Ucrânia – país vizinho.

“Estamos lidando com uma provocação em grande escala. Estamos prontos para repelir tais provocações. A situação é grave e ninguém duvida que devemos nos preparar para vários cenários”, disse Tusk.

Essa não é a primeira vez que projéteis russos violam o espaço aéreo polonês. Em 2024, um míssil cruzou brevemente o território polaco, deixando o país em alerta. Dois anos antes, mísseis russos atingiram uma vila em Przewodów, também perto da fronteira com a Ucrânia, deixando dois mortos.

Desta vez, a intrusão provocou a primeira rodada de fechamento de aeroportos na Polônia, além da primeira operação de abate de drones russos por caças poloneses. Apesar de considerar que os aparelhos faziam parte de um ataque contra a Ucrânia, o governo disse estar em alerta.

O ocorrido gera tensão internacional. Isso porque a Polônia faz parte da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), atualmente composta por 32 Estados. O país é protegido pelo Artigo 5 da aliança, que considera um ataque a uma das nações membros um ataque contra todos os integrantes do bloco.

Segundo Tusk, por hora, a Polônia invocará o Artigo 4 da aliança militar, visando consultar os integrantes sobre uma possível resposta à ameaça russa. “Esta é a primeira vez que drones russos são abatidos sobre o território de um país da Otan. Todos os nossos aliados estão levando a situação muito a sério”, frisou.

Aliados criticam violação do espaço aéreo

Aliados condenaram a violação do espaço aéreo polonês pela Rússia — que ainda não se manifestou. O primeiro a comentar foi o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, que considerou a ação russa como “uma nova escalada” da guerra. “Moscou sempre ultrapassa os limites do que é possível e, se não encontrar uma reação forte, permanece no novo nível de escalada.”

O mesmo foi dito pelo líder francês, Emmanuel Macron, que classificou o ataque como “simplesmente inaceitável” e pediu que a Rússia ponha fim à “escalada imprudente” da guerra. O primeiro-ministro holandês, Dick Schoof, por sua vez, enfatizou que a violação do espaço aéreo polonês é “mais uma prova de que a ofensiva russa representa uma ameaça à segurança da Europa”.