03 de janeiro de 2015.
A cada passo ouço e leio alguns “entendidos” afirmarem que os judeus perderam o direito à Terra de Israel, porque desobedeceram aos mandamentos de Deus e crucificaram o Messias.
Cegos pelo seu anti-semitismo encapotado, esses “cristãos” alegam ainda que no Novo Testamento (Nova Aliança) não há qualquer menção à promessa feita por Deus aos judeus de lhes dar uma terra, pelo que – concluem eles – se na Nova Aliança não há alusão a isso, é porque certamente essa promessa não é mais válida para os judeus atuais. Israel é pois, para esses “entendidos”, um mero país, nada tendo a ver com o cumprimentos das promessas feitas por Deus aos judeus para os “últimos dias”.
Nada mais longe da realidade! Tenho notado em alguns, que o anti-semitismo enraizado nas suas mentes e originado por alguns “pais da Igreja”, praticado por Roma e verberado por Lutero, os impede de ler o Novo Testamento com isenção de ideias pré-concebidas anti-sionistas e desgraçadamente ensinadas em inúmeros púlpitos de igrejas ditas cristãs e até em escolas supostamente bíblicas.
É que uma leitura correta do Novo Testamento leva-nos exatamente à conclusão de que, não só as promessas de Deus ao povo judeu jamais foram anuladas, mas foram até relembradas pelo próprio Messias Jesus e muito especificamente pelo grande apóstolo judeu Saulo, mais conhecido como Paulo!
O MESSIAS JESUS CONFIRMA UM REINO FÍSICO EM ISRAEL
Sabemos que o Messias Jesus veio ao mundo para resolver o problema espiritual da humanidade. Obviamente que Ele focalizou o Seu ministério de ensino, revelação, curas e sacrifício expiatório em Israel, centralizando a Sua ação prioritariamente no povo judeu e prometendo um Reino que, embora de cariz inicialmente espiritual, viria mais tarde a concretizar-se também no sentido físico e material.
A grande prova de que Ele nunca negou nem anulou a promessa divina de uma Terra para aquele povo está na pergunta feita pelos Seus discípulos judeus provavelmente a poucos minutos da Sua ascensão aos céus:“Então os que estavam reunidos Lhe perguntaram: Senhor, será este o tempo em que restaures o reino a Israel?” – Livro dos Actos dos Apóstolos 1:6.
Pense agora um pouco comigo: se a promessa do reino (um governo com uma terra – Israel) prometido aos judeus no Antigo Testamento tivesse sido anulada ou tivesse prescrevido com a morte de Jesus, portanto com o início de uma Nova Aliança, não é mais que lógico esperar-se que diante desta pergunta o Messias respondesse algo como: “Meus filhos, isso já não será mais para vós, os judeus, tudo isso prescreveu com a minha morte e com a nova aliança que fiz convosco”? Em outras palavras, Jesus teria claramente respondido que isso tinha acabado, e que fazia parte de uma velha aliança já prescrita, etc.
Mas não! O Messias Jesus, ao responder, consentiu com essa expectativa, confirmando-a com as seguintes palavras: “Respondeu-lhes: Não vos compete conhecer tempos ou épocas que o Pai reservou para Sua exclusiva autoridade.” Ou seja: Ele confirmou a realidade da restauração futura do reino a Israel, apenas esclareceu que o “timing” para esse evento era algo que não lhes pertencia saber, era um assunto de exclusivo conhecimento e responsabilidade do Pai.
E o Messias prosseguiu o diálogo, dando-lhes uma tarefa de grande responsabilidade, de âmbito planetário, algo com que eles e seus sucessores (Igreja) se deveriam ocupar até à restauração de Israel: a proclamação do reino de Deus, ainda não físico, mas espiritual, no coração de cada homem e mulher.Resumindo: O Messias Jesus confirmou a restauração futura do reino físico a Israel. Isso inclui um governo central em Jerusalém e uma terra, a terra de Israel, exactamente como os profetas do Antigo Testamento anunciaram.
A CONFIRMAÇÃO NOS ESCRITOS DO APÓSTOLO SAULO/PAULO
Todos os cristãos reconhecem que o mítico judeu Saulo (ou Paulo), convertido a Cristo e tornado apóstolo, tornou-se no grande teólogo da Igreja do primeiro século. As suas cartas e epístolas são sem qualquer dúvida matéria indispensável para o entendimento da salvação espiritual, da fé cristã e da essência e correto funcionamento da Igreja do Messias Jesus. Em outras palavras, os ensinamentos revelados por Paulo são incontornáveis para o conhecimento da experiência cristã.
Sendo ele um judeu que até se orgulhava da sua raça e formação rabínica, e tendo recebido instruções diretas de Jesus – segundo ele mesmo afirmou – é de se esperar que ele nos possa elucidar corretamente sobre tão importante questão. E, ao contrário do que pensam os opositores ao plano futuro de Deus para Israel, o grande“apóstolo dos gentios” vem exatamente confirmar tudo aquilo em que cria e que certamente teria constado do currículo da grande escola rabínica onde estudou, na cidade de Jerusalém.
Antes de ler cuidadosamente os textos abaixo, peço que tenha sempre em mente que aquilo que Paulo escreveu foi já dentro do tempo da Nova Aliança, portanto já na actual época da Igreja do Messias.
1º – PAULO ENFATIZA A IMPORTÂNCIA DOS JUDEUS“Qual é, pois, a vantagem do judeu? Ou qual a utilidade da circuncisão? Muita, sob todos os aspectos. Principalmente porque aos judeus foram confiados os oráculos de Deus” – Romanos 3:1-2.
2º – PAULO PROVA QUE DEUS NÃO MUDOU OS SEUS PLANOS EM RELAÇÃO A ISRAEL“E daí? Se alguns não creram, a incredulidade deles virá desfazer a fidelidade de Deus? De maneira nenhuma! Seja Deus verdadeiro, e mentiroso todo o homem…” – Romanos 3:3 e 4.
3º – PAULO RECONHECE AS PROMESSAS FEITAS A ISRAEL“São israelitas. Pertence-lhes a adopção, e também a glória, as alianças, a legislação, o culto e as promessas; deles são os patriarcas e também deles descende o Messias (Cristo), segundo a carne, o qual é sobre todos, Deus bendito para todo o sempre. Amém.” – Romanos 9:4-5 (ênfase minha).É importante notar que dentro do “pacote” oferecido aos judeus com as alianças há sempre a promessa de Terra. O apóstolo lembra também as promessas de Deus feitas a Israel, assinalando-as como ainda válidas, nunca as condicionando a qualquer tipo de comportamento por parte do povo de Israel. Se assim não fosse, Paulo teria escrito: “Pertencia-lhes” (passado) e não “Pertence-lhes” (presente activo).
4º – PAULO NEGA QUALQUER MUDANÇA DOS PLANOS DE DEUS EM RELAÇÃO A ISRAEL“Pergunto, pois: Terá Deus porventura, rejeitado o Seu povo? De modo nenhum; porque eu também sou israelita, da descendência de Abraão, da tribo de Benjamim. Deus não rejeitou o Seu povo a quem de antemão conheceu…” – Romanos 11:1 e 2.“Porque os dons (dádivas/ofertas) e a vocação de Deus são irrevogáveis” – Romanos 11:29. A Bíblia é toda ela um só Livro, uma só revelação, um só Autor, o Qual jamais Se iria contradizer, prometendo algo com cariz imutável e incondicional, para depois anular ou alterar as Suas promessas… Nunca Ele o fez nem fará! Esse é o Deus das promessas, o Deus de Israel!
Fonte: Shallon Israel.