Uma das criadoras da vacina da Oxford-AstraZeneca alertou que a próxima pandemia “pode ser mais contagiante, mais letal ou ambas”, e exortou à continuação da distribuição de vacinas e medicamentos em larga escala.
As futuras pandemias podem ser ainda mais letais que a da COVID-19, disse Sarah Gilbert, que participou da criação da vacina da Oxford-AstraZeneca, citada na segunda-feira (6) pela emissora BBC.
“Esta não será a última vez que um vírus ameaça nossas vidas e nossa subsistência. A verdade é que a próxima [pandemia] pode ser pior. Pode ser mais contagiante, mais letal ou ambas”, apontou a professora da Universidade de Oxford, Reino Unido, na Palestra Richard Dimbleby.
Sobre a variante Ômicron, detectada pela primeira vez na África do Sul em 24 de novembro, Gilbert afirmou que sua proteína spike contém mutações conhecidas por aumentar a transmissibilidade do vírus.
“Há mudanças adicionais que podem significar que os anticorpos induzidos pelas vacinas, ou por infecção com outras variantes, seriam menos eficazes em prevenir infecção com a Ômicron. Até sabermos mais, devemos ser cautelosos, e dar passos para desacelerar a disseminação desta nova variante”, disse a cientista. Ela acrescentou que o mundo deve estar preparado para o próximo vírus que se abaterá sobre o planeta.
“Os avanços que fizemos e o conhecimento que ganhamos não se podem perder”, advertiu.
A acadêmica também exortou para que a distribuição rápida de vacinas e medicamentos pelo mundo afora se torne a norma.
Sarah Gilberts começou o desenvolvimento da vacina da farmacêutica AstraZeneca no início de 2020, pouco depois de o novo coronavírus ser descoberto na China.
A pandemia do vírus SARS-CoV-2 provocou quase 266 milhões de infecções e cerca de 5,26 milhões de mortos desde que foi detectada primeiro na China no final de 2019, de acordo com a Universidade Johns Hopkings, EUA. Além disso, a crise sanitária provocou dezenas de trilhões de reais em custos econômicos, mudando a vida de bilhões de pessoas.