O membro do Gabinete de Guerra de Israel Benny Gantz afirmou que o Irã pagará na hora certa pelo ataque feito ao país na noite do último sábado (13) — madrugada de domingo (14), no horário de Brasília.
“Construiremos uma coalizão regional e cobraremos o preço do Irã da maneira e no momento certo para nós”, afirmou Gantz em comunicado oficial, enquanto o Gabinete de Guerra de Israel se reúne para discutir a resposta do país ao ataque iraniano.
Segundo o porta-voz da Diplomacia Pública de Israel, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, afirmou que o país irá “ferir qualquer um” que tenha planos de atacar Israel.
“O primeiro-ministro disse que vai ferir qualquer um que tenha planos de nos atacar ou que aja nesse sentido. O irã continua a desestabilizar o mundo e a trazer perigo para a região […]. Nenhum país no mundo toleraria ameaças repetidas dessa natureza”, disse o porta-voz da Diplomacia Pública de Israel, Avi Hyman.
“Houve um tempo que os judeus não tinham defesa e não tinham como se proteger. Hoje os judeus têm Israel e nós vamos defender nosso direito de viver livremente na nossa terra”, acrescentou.
Reuniões previstas para este domingo
Além do encontro do Gabinete de Guerra israelense para organizar uma resposta ao ataque do Irã contra Israel, outras reuniões estão previstas para este domingo (14) para tratar sobre o tema, que elevou a tensão na região do Oriente Médio.
No início da tarde, os líderes do G7, grupo dos sete países mais industrializados do mundo, farão uma reunião virtual para articular uma resposta “diplomática e unida” à situação.
A Itália, que ocupa a presidência rotativa do Grupo dos Sete, agendou uma reunião virtual com os demais membros do grupo, que, além dos EUA e da Itália, inclui Canadá, França, Alemanha, Inglaterra e Japão.
A primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, afirmou na rede social X (antigo Twitter) que o governo italiano “reitera sua condenação dos ataques iranianos contra Israel”.
Já mais para o fim da tarde, será a vez do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU), que convocou uma reunião de emergência a pedido de Israel para tratar do assunto.
“O ataque iraniano é uma séria ameaça à paz e segurança globais, e espero que o Conselho utilize todos os meios para tomar medidas concretas contra o Irã. […] Chegou o momento do Conselho de Segurança tomar ações concretas contra a ameaça iraniana”, disse o embaixador israelense nas Nações Unidas, Gilad Erdan, em documento enviado à ONU.
O Conselho de Segurança da ONU anunciou que vai se reunir em caráter emergencial a partir das 17h neste domingo (horário de Brasília).
Os ministros de Relações Exteriores dos países que compõem a União Europeia também foram chamados pelo chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell, para um encontro extraordinário neste domingo para discutir a escalada do conflito.
Ataque inédito
Israel foi alvo de um ataque inédito do Irã na noite de sábado — madrugada de domingo pelo horário local. Mais de 300 artefatos, incluindo drones e mísseis, foram lançados contra o país.
As Forças de Defesa de Israel afirmaram que conseguiram interceptar 99% dos artefatos lançados. Entretanto, a mídia iraniana disse que mísseis conseguiram furar a proteção israelense.
A agressão iraniana é uma resposta ao bombardeio de Israel à embaixada do país na Síria — entenda a cronologia do caso.
Poucas horas após o ataque, o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu se reuniu com membros do governo do país e das Forças Armadas para discutir o ataque. Netanyahu também conversou por telefone com o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden.
Militares do Irã ameaçaram uma ofensiva ainda maior se Israel contra-atacar. O governo iraniano também disse que pode atingir bases dos Estados Unidos caso Washington apoie uma retaliação israelense.
Da retórica à chuva de mísseis e drones: entenda como foi o ataque do Irã contra Israel e as possíveis consequências
O que se sabe sobre o ataque do Irã
- O Irã enviou dezenas drones para atacar o território de Israel no fim da tarde de sábado (13), pelo horário de Brasília.
- Os drones demoraram horas até chegar ao alvo.
- No caminho, uma parte dos drones e dos mísseis foi derrubada por aeronaves de Israel, dos Estados Unidos, do Reino Unido e da Jordânia.
- Perto das 20h, as primeiras explosões e sirenes de aviso foram ouvidas em Israel.
- O serviço nacional de emergência médica de Israel informou que uma menina de 10 anos ficou gravemente ferida, no deserto de Negev, por estilhaços de um artefato para interceptar drones.
- O ataque é uma retaliação do Irã contra Israel: em 1º de abril, a embaixada iraniana na cidade de Damasco, na Síria, foi atingida, e sete pessoas morreram.
- Às 19h, ainda antes de os artefatos chegarem a Israel, a missão do Irã na ONU afirmou que o ataque estava encerrado, referindo-se a ele com uma “ação legítima”.
Fonte: G1.