Jake Sullivan, conselheiro de segurança dos Estados Unidos, e Matthew Miller, porta-voz do Departamento de Estado americano, disseram em entrevista coletiva nesta terça-feira (1º) que o governo americano quer coordenar com Israel a resposta ao ataque do Irã com mísseis ao país.
O que aconteceu
EUA dizem que ataque foi “ineficaz”. As Forças Armadas americanas ajudaram o Exército israelense a interceptar os mísseis enviados pelo Irã, esforço elogiado por Sullivan durante a coletiva. “Deixamos claro que haverá consequências, consequências graves, para esse ataque, e trabalharemos com Israel para que isso aconteça”, afirmou Sullivan.
Ataque é “escalada significativa por parte do Irã”, diz Sullivan. Ele considerou ainda que o ataque foi “um evento significativo, e que é igualmente significativo que tenhamos sido capazes de trabalhar com Israel”. Disse também que a morte de um palestino na Cisjordânia devido ao ataque iraniano é acompanhada pelo Pentágono.
Pentágono afirma que ataque foi duas vezes pior que ataque iraniano com drones em abril. Na época, o Irã lançou 170 drones, 30 mísseis de cruzeiro e 120 mísseis balísticos, mas a maioria deles foi interceptado. Nenhuma morte foi registrada.
Biden e Kamala tiveram reunião sobre ataques. A Casa Branca anunciou que Joe Biden e Kamala Harris estavam “monitorando o ataque iraniano contra Israel” e que o democrata “direcionou ajuda militar dos Estados Unidos para auxiliar a defesa de Israel contra os ataques e derrubar mísseis”.
Em resposta, milícias do Iraque afirmaram que tornarão EUA um alvo em caso de ataque ao Irã. “Se os americanos realizarem uma ação hostil contra o Irã ou se o inimigo sionista usar o espaço aéreo iraquiano para bombardear território iraniano, todas as bases e todos os interesses americanos no Iraque e na região serão um alvo para nós”, publicou o Órgão de Coordenação do movimento Resistência Iraquiana.
Governo iraniano atacou Israel e alegou revide
Irã lançou mísseis contra território israelense. A Guarda Revolucionária Islâmica do Irã confirmou que disparou dezenas de mísseis contra Israel nesta terça-feira (1º) em resposta a mortes de líderes do Hamas e do Hezbollah.
Os ataques teriam ocorrido em duas ondas, com uma diferença de dez minutos entre as duas. Os iranianos alertaram que essa seria apenas a primeira onda de ataques e seria uma resposta aos assassinatos dos líderes do Hezbollah e Hamas.
Nas periferias de Beirute, a notícia foi comemorada, com fogos de artifício por parte dos apoiadores do Hezbollah. “Estamos atacando o coração da entidade de ocupação sionista. Caso Israel responda, nós os atingiremos mil vezes mais fortes”, afirmou a Guarda Revolucionária.
O presidente Joe Biden orientou as forças armadas dos EUA a ajudar na defesa de Israel. Além disso, determinou a abater mísseis que tenham o país como alvo.
Cerca de 102 mísseis foram lançados, segundo informações de diplomatas na região. Fontes israelenses confirmaram que uma parte caiu sobre cidades, enquanto muitos teriam sido interceptados. Explosões foram ouvidas em Tel Aviv e Jerusalém.
Sirenes tocam por volta das 20h (horário local) em Tel Aviv, para alertar cidadãos: “continue a agir com responsabilidade e mantenha a calma, como tem feito até agora, e certifique-se de seguir as orientações. Somos fortes e podemos lidar com esse evento também”, diz comunicado de Israel.
Não há ainda informações sobre o número de pessoas afetadas. Mas analistas alertam que o impacto pode definir o destino do Oriente Médio.
Fonte: AFP.